Você sabia que duas a cada três empresas contratam sem planejamento? Saiba como contratar certo

Duas entre cada três empresas, em média, seguem a “onda” econômica e não trabalham de forma correta e inteligente na hora de contratar ou rever estratégias. E o que isso quer dizer? Que a grande maioria das companhias contrata quando a economia está “indo bem” e acaba deixando para ajustar a estrutura quando a situação pede, ou seja, quando o cinto já precisa ser apertado. Antever as oscilações de mercado precisa ser uma habilidade exercida na boa liderança.

E se você pensa que a responsabilidade total desse cenário de contratações cabe à área de Recursos Humanos da sua empresa, ou mesmo do escritório contábil tercerizado que o auxilia nesses processos, está redondamente enganado. É a liderança que precisa ser cobrada no planejamento do ano anterior (com revisões trimestrais ou sempre que necessário) para provisionar de forma inteligente os recursos necessários para a adequação dos times.

Poderiamos elencar aqui inúmeros fatores que propiciam uma contratação ruim muito mais do que um erro de cálculo: o custo de um desligamento é muito maior quanto comparado ao treinamento de um novo colaborador; um problema de imagem que pode ser gerado, tanto para a companhia quanto para o gestor, deve ser levado em conta, especialmente em cargos de alto escalão.

Tais questões, em especial quando ocorridas em ano de eleição, imperam no ar uma sensação de imprevisibilidade. Ainda assim, 2022 não está sendo um ano ruim no tocante à geração de empregos. Se não está com crescimento a galope, ao menos parece mostrar um Brasil em manutenção. 2023 deve ser de crescimento (historicamente, anos seguintes a eleições sempre têm maior aporte de recursos em todos os setores).

Embora o IBGE identifique neste ano o menor índice de desemprego desde 2015 no Brasil – batemos 9,8% em maio –, os números ainda não suficientes para a grande virada, ainda muito aguardada depois da pandemia do coronavírus.

Estamos vivendo o último trimestre realmente movimentado do ano. Até setembro, ainda podemos ver algumas contratações acontecendo. Depois disso, as principais companhias devem aguardar 2023 para realizar novos movimentos. Exatamente por estarmos em um limiar, contratar certo é tão importante.

Quer contratar certo? Foque nas soft skills

Já se foi o tempo em que as empresas contratavam pelo perfil técnico e se propunham a desenvolver habilidades comportamentais em seus colaboradores. Se tem algo que a pandemia mostrou de forma definitiva é que a aptidão comportamental é fator fundamental para a conexão entre colaborador e empregador.

Por isso, se pudessemos elencar um fator de mudança profunda na forma de contratar, seria a observação amplificada das soft skills alinhadas à cultura das companhias. As empresas descobriram que é muito mais fácil desenvolver habilidades técnicas em pessoas já comprometidas, afinal. Contratar certo é conseguir perceber a sinergia entre o colaborador e a cultura organizacional. O resto é exercício diário.

A aptidão comportamental torna mais fácil moldar o colaborador ao novo desenho de cargo: flexibilidade e entrega de resultados andam juntos nas exigências do mercado atual. E isso não diz respeito apenas a funções de vendas; o mundo corporativo como um todo se tornou uma máquina de gerar valor: independente do setor no qual você se encaixa, certamente será cobrado por resultado.

Essa mudança na forma de olhar para cargos e pessoas é, certamente, fruto de um panorama de mercado em plena adaptação, que ainda está entendendo como lidar com as mudanças causadas por uma ruptura de mercado em 2020, uma tentativa exaustiva de recuperação em 2021 e uma urgente necessidade de colocar os pingos nos is. O tempo que estamos vivendo mostra que o futuro ainda está em construção.

Contratar pode ser necessário, mas contratar bem pode ser urgente. Talvez você acredite que precisa esperar 2023 começar para contratar. Mas, quem sabe, eu digo só quem sabe, você já possa começar a pensar no crescimento que vai ter a partir do próximo ano e empreender na busca do gestor ideal. Nomes bons são recolocados rapidamente. Ganha sempre quem está na frente, inclusive na hora de iniciar o processo.

 

Por: Marcelo Arone

Mais artigos do Blog